Achrei Mot-Kedoshim

Por Rogério Palmeira

 

Achrei Mot, Leviticus 16:1 – 18:30
Kedoshim, Leviticus 19:1 – 20:27

Neste ano as parashiot Achrei Mot e Kedoshim se juntam em uma só leitura. Assim temos o título-“Após a Morte: Santos”. Entretanto como toda a Torah, estas porções são uma declaração de amor e celebração à Vida. Uma vida plena tanto quanto possa ser vivida de modo puro e integrado, uma  vida santificada através das mitzvot, através da integração do sagrado ao dia à dia.
Na porção da Torah Achrei Mot, Deus fala a Moisés após a morte dos dois filhos de Arão, que foram mortos por se aproximarem “demais” da presença de Deus, apresentando um “Fogo estranho”.   Deus instrui Moisés e Aarão nos procedimentos  sobre o  Yom Kipur. Deus descreve também todas as leis que envolvem proibições sexuais. Em Kedoshim, Deus descreve a Moisés muitas leis éticas e rituais destinadas a ajudar as pessoas a viver vidas de santidade.  Em certo sentido,  muitas das leis descritas aqui aparecerão nos “Dez Mandamentos”, tais como respeitar os pais, guardar o shabat e não roubar. Deus também introduz leis sobre a agricultura e discute a crença em seres sobrenaturais, proibindo  consulta a videntes e aos espíritos dos mortos.  Instrui também a Moshé Rabeinu a declarar a todo o povo: “Sereis santos, porque eu, HaShem ,vosso Deus, sou santo.” Ao tempo em que alerta sobre necessidade de respeito aos pais e rejeição a idolatria. Também  são proibidas os sacrifícios humanos, prática comum a outros povos, como no Oriente Médio que entregavam crianças a Molech( Moloch), um falso deus local.

Outros ensinamentos que fazem parte do mais elevado repertório ético de toda humanidade também aqui aparecem: Amar o próximo como a si mesmo, respeitar o estrangeiro-olhando para nosso próprio tempo de tanto radicalismo e chauvinismo, percebemos o alcance e profundidade destas leis.  Ética que se deve se estender aos nossos negócios( não devemos falsificar nossos pesos), tanto quanto na corte de justiça ( “não cometer injustiça no julgamento”). O Yom Kipur ( o dia da expiação) aparece aqui como o Shabat shabatot, o momento supremo em que devemos ponderar (lembre-se sobre manter os pesos e medidas justos) nossa cidade de maneira mais intensa e focada, para que possamos renovar este compromisso de uma levar uma vida plena. O estudioso Richard Elliot Friedman, chama atenção que ao lermos estes trechos notamos uma progressão-Amar a si mesmo, amar o próximo, amar o estrangeiro, amar a Deus. Do particular ao Cósmico. Expandir nossa capacidade aos poucos, mas sempre tendo em vistas  o Sagrado.

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